Histórias de vida foram dignas de homenagem em Sessão Solene
Histórias de vida foram dignas de homenagem em Sessão Solene
PUBLICADO EM 14/03/2023 - 11:07

A delegada Fabiane de Vargas Bittencourt esteve presente no evento e ressaltou a importância da mulher ter vez e voz

A emoção tomou conta do plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Putinga, no sábado, 11 de março, ocasião em que foi realizada a Sessão Solene em homenagem às mulheres putinguenses, alusiva ao Dia Internacional da Mulher.

Na oportunidade, o vereador Juliano Moretto, homenageou Clarice Cimarosti Chiesa; a vereadora Marina De Col Bertuol homenageou Patrícia Bernardon Vacari; o vereador Ivaldo Luis Marchese homenageou Oneide Davi Favini; a vereadora Caroline Asolini homenageou Mara Luisa Seghetto; o vereador Samuel Dalberto homenageou Ana Maria Camilotti Capelari; o vereador Cassiano Spinelli homenageou Clarisse Chiesa Mazzocco; o vereador Vanderlei Radaelli homenageou Ivete Campo Franzon; o vereador Edison Arosi homenageou Lédia Dalpra Marca; e o vereador Josmairo Marostica homenageou Neuza Dall’Agnol Guadagnin.

A autora do Projeto de Lei 1.376/2006 que fez com que a Sessão Solene em homenagem às mulheres se consolidasse em Putinga, foi a ex-suplente de vereadora, Elza Zanuzzo Casagrande. Durante o evento do sábado ela recebeu aplausos e um mimo como reconhecimento pela iniciativa.

O presidente do Legislativo de Putinga, Juliano Moretto, fez uma breve explanação sobre o evento. “Ouvimos hoje aqui, várias histórias. Espero que todas as mulheres putinguenses tenham se sentido homenageadas com esse evento. Mulher é uma palavra forte, é mãe, esposa, avó, filha, irmã, parceira”, declarou.

Além de autoridades municipais, homenageadas e seus familiares, a delegada regional da 24ª Delegacia de Polícia Regional (que é composta por 16 municípios, sendo um deles Putinga), Fabiane de Vargas Bitterncourt, realizou uma participação especial e falou do papel que as mulheres desempenham na sociedade e sobre a Lei Maria da Penha.

“Me orgulha muito chegar nesta Casa e ver que tem duas vereadoras mulheres. Parabéns Putinga por incentivar as mulheres a participarem da política”, iniciou. “Acho muito importante que em algum momento paremos para refletir sobre nosso papel, nossa importância diante da sociedade. Fiquei muito emocionada com todas as histórias que aqui ouvi, de mulheres valorosas, protagonistas”, declarou a delegada.

“As mulheres têm que provar a todo tempo que são capazes de estar em determinada posição”

Conforme Fabiane, apesar de hoje ser possibilitado às mulheres ocupação de determinados espaços, isso ainda ocorre de forma muito preconceituosa. “Eu, por exemplo, quando ingressei na polícia, há 15 anos, achei que poderia exercer minha profissão, que estaria tudo resolvido, pois minha aprovação em um concurso público me habilitaria como uma profissional de respeito, mas nunca foi assim. Em todas as cidades em que já trabalhei, sofri algum tipo de preconceito pelo fato de ser delegada mulher. As mulheres têm que provar a todo tempo que são capazes de estar em determinada posição e isso é muito desgastante. Isso é reflexo de todo um contexto cultural de que homens e mulheres não são iguais na sociedade”, lamentou.

Ela seguiu: “Precisamos continuar lutando pelo nosso espaço. Não é algo que será breve para acontecer. É preciso passar por todo um processo estrutural, de educação, que inclusive precisa começar dentro das famílias, nas escolas, de que homens e mulheres tem os mesmos direitos. Tenho lutado todos os dias para expandir os espaços das mulheres na sociedade e ser a voz delas”, pontuou.

Sobre a violência que nos dias de hoje ainda é praticada contra as mulheres, a delegada frisou: “As mulheres têm sido vítimas de feminicídio, têm sido mortas dentro de suas casas, na frente dos seus filhos, na maior parte das vezes pelos seus companheiros. Na nossa região o maior número de ocorrências é de violência contra a mulher”, revelou. “Para se ter uma ideia, o Brasil, há alguns anos, foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos pelo tratamento que era dado às mulheres vítimas de violência. Isso chegou até essa corte por meio de uma denúncia da Maria da Penha Fernandes, que foi quem deu nome à Lei Maria da Penha que hoje nos dá poder de atuação no sentido de proteção às vítimas de violência doméstica”, enfatizou.

Fabiane encerrou destacando que é preciso bater encima da tecla da prevenção, para que as mulheres rompam, em algum momento, com o ciclo da violência. Também falou sobre a criação da Cartilha do Bem 3, que trata sobre a violência contra a mulher e ressaltou que o tema será debatido nos municípios da região.